quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

JANAÍNA DA CUNHA

Janaína da Cunha
Já fui Joana D’arc e a Meretriz da Esquina. Já fui a Rainha Louca e a Virgem Maria. Sou as diversas fases da Lua vestida de noite ou totalmente nua. Sou todas em uma, mas em todas A Protagonista. Não me permito ser coadjuvante ou uma simples figurante. Pode me chamar de metida: eu meto e me meto. Não aceito a conformidade de padões sistemáticos. Com o tempo amadureci sem medo. Tenho uma metralhadora no silêncio e flores no olhar. As vezes eu saio sangrando por aí e nesse sangue vou vermelhando todo Amor sem gosto e cor. Roubei a pena do Papagaio Falador e a mergulhei na sujeira da ingratidão. Com ela escreverei versos onde os Poetas dancem pelas ruas suas palavras desnudas... que o Verbo emocionado seja meu chicote! Quero uma orquestra de buzinas no engarrafamento e o direito de me arrepender das péssimas escolhas. Hoje despertei para chamar atenção. Vou anarquizar os ouvidos dos hipócritas e vomitar minhas verdades no chão. Aquele beijo roubado de um cigarro compartilhado joguei na privada pública e dei descarga. A imagem do teto preto sentado na calçada me traz nojo e irritação! Não sei o que é pior: não realizar nenhum sonho ou realizar alguns que tragam consequências desastrosas. Chorei por mim, chorei por você, por eles... por nós. É uma contradição o homem de bem brigar para ter paz. Ai, ai meus ”ais”!! O sorriso sincero é o maior ato de perdão. (Janaína da Cunha)

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